Representantes da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT) e do Instituto Bem-Estar Brasil (IBEBrasil) e outras organizações sociais se reuniram para discutir estratégias práticas de apoio a redes comunitárias por parte de pequenos provedores.
O encontro abordou aspectos regulatórios, desafios e possíveis soluções para a colaboração entre provedores e redes comunitárias.
Durante a discussão, Cristiane Sanches, representante da ABRINT, destacou o potencial dos provedores em oferecer serviços diretos e suporte técnico às redes comunitárias, aproveitando o conhecimento e recursos da mão de obra especializada.
Foi enfatizada a importância de compreender a divisão entre redes que operam só internamente e aquelas que fornecem acesso à internet aos membros.
Um dos desafios abordados foi a dificuldade dos provedores em adaptar seus modelos comerciais às necessidades financeiras limitadas das redes comunitárias, especialmente em relação aos custos de conectividade.
Como possível solução, foi discutida a colaboração entre a ABRINT e as redes comunitárias, incluindo a facilitação de um modelo de atacado adaptado e a desoneração do ICMS para viabilizar a sua operacionalização.
Marcelo Saldanha e representantes da ABRINT discutiram aspectos regulatórios, destacando a necessidade de simplificação das regras para facilitar a implementação e operação de redes comunitárias.
A dispensa de autorização e possíveis simplificações via Serviço Limitado Privado (SLP) foram mencionadas como alternativas.
O engajamento estratégico com financiadores, incluindo o BNDES, e a utilização de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) foram considerados essenciais para sustentar a colaboração entre provedores e redes comunitárias.
Entre as decisões tomadas na reunião, destacou-se a sugestão de Bruna Zanolli da Rhizomatica de criar uma lista compartilhada de localidades que requerem conectividade, facilitando a implantação de serviços por provedores interessados.
Além disso, Marcelo Saldanha propôs considerar as redes comunitárias como um modelo de sustentabilidade que não apenas beneficia as comunidades, mas também pode ser visto como uma oportunidade de mercado para pequenos provedores com modelos de rede neutra.
Como próximos passos, a ABRINT se comprometeu a trabalhar com seus membros para elaborar estratégias detalhando como os pequenos provedores podem efetivamente apoiar as redes comunitárias, abrangendo aspectos técnicos e regulatórios.
Além disso, será incentivada e facilitada a formação de parcerias estratégicas entre pequenos provedores e redes comunitárias, visando um modelo sustentável de cooperação e apoio mútuo.
A reunião ressaltou a importância da colaboração entre pequenos provedores e redes comunitárias, abordando não apenas o suporte técnico e financeiro, mas também a necessidade de adaptar abordagens regulatórias e comerciais para apoiar efetivamente as iniciativas de conectividade comunitária.
O encontro reforçou o compromisso da ABRINT em promover e facilitar essas parcerias, visando a inclusão digital e o desenvolvimento das comunidades atendidas pelas redes comunitárias.