IBEBrasil propõe uso de Inteligência Artificial para simplificar informações regulatórias e ampliar participação cidadã no setor de telecomunicações. Iniciativa promete democratizar o acesso a dados complexos.
O Instituto Bem-Estar Brasil (IBEBrasil) apresentou uma proposta inovadora para transformar a participação social no setor de telecomunicações brasileiro.
O estudo “Simplificando o acesso a informação para participação social no setor de telecomunicações usando modelos de inteligência artificial” sugere a utilização de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) para tornar as informações regulatórias mais acessíveis e compreensíveis para o público em geral.
– As consultas públicas atuais frequentemente falham em engajar os cidadãos devido à complexidade técnica e jurídica dos documentos. Nossa proposta visa utilizar a IA como uma ponte entre a linguagem governamental e a compreensão pública, por meio de linguagem cidadã, permitindo uma participação mais efetiva na formulação de políticas de telecomunicações – afirma Marcelo Saldanha, presidente do IBEBrasil.
O projeto propõe o desenvolvimento de uma plataforma que utiliza modelos de linguagem natural de grande escala (LLMs), como o LLaMA 3, para analisar e sintetizar dados complexos provenientes de consultas públicas e outros documentos governamentais.
A ferramenta geraria resumos claros e concisos, traduzindo a linguagem técnica em termos acessíveis ao público, sem perda de precisão ou conteúdo relevante.
Entre os resultados esperados, destacam-se:
- Geração de resumos claros e concisos de documentos regulatórios complexos.
- Facilitação da navegação por diferentes níveis de informação, permitindo que os cidadãos explorem detalhes técnicos conforme necessário.
- Melhoria na acessibilidade e compreensão das informações governamentais.
- Fortalecimento da participação social efetiva nos processos regulatórios.
A iniciativa do IBEBrasil não se limita apenas à aplicação da tecnologia. O estudo também aborda questões éticas e operacionais cruciais, como a necessidade de evitar vieses nos modelos de IA, garantir transparência nos processos automatizados e manter a revisão humana como componente essencial para assegurar a confiabilidade e segurança das decisões.
O plano de implementação proposto pelo IBEBrasil inclui fases de desenvolvimento do protótipo, testes piloto, implementação em larga escala e monitoramento contínuo.
A abordagem interativa visa assegurar a robustez e eficácia da solução, com ênfase na usabilidade e na integração de feedback dos usuários para refinar continuamente os modelos de IA.
Um aspecto crucial da proposta é a integração de uma camada de revisão humana. Apesar da automação de grande parte do processo de interpretação e resumo, revisores especializados avaliarão os conteúdos gerados pela IA, garantindo que as nuances técnicas e jurídicas sejam corretamente representadas.
O estudo também reconhece potenciais desafios, como a complexidade semântica da linguagem técnica e jurídica utilizada nos documentos governamentais, que pode ser difícil de interpretar mesmo para modelos de IA avançados.
Para superar esse obstáculo, o IBEBrasil propõe um treinamento específico e contínuo dos modelos.
– Nosso objetivo é criar um modelo replicável que possa ser adaptado a diferentes contextos e necessidades governamentais. Começamos pelo setor de telecomunicações, mas vislumbramos a aplicação dessa solução em diversas áreas da administração pública – explica Marcelo Saldanha.
Ao utilizar a IA para democratizar o acesso à informação, o projeto promete não apenas melhorar a eficiência regulatória no setor de telecomunicações, mas também abrir caminho para uma nova era de transparência e engajamento cidadão na formulação de políticas públicas.
Acesse o artigo: Simplificando o acesso a informação para participação social no setor de telecomunicações usando modelos de inteligência artificial